quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Iom Kipur - 2017

Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: ‘Mas aos dez dias desse sétimo mês será Iom HaKipurim (dia da expiação); tereis miq’ra-kódesh (santa convocação), e afligireis (oprimireis, humilhareis, mortificareis, dominareis, sereis humilhados, submetereis, sereis atormentados, curvareis humildemente) as vossas almas; e oferecereis oferta queimada ao SENHOR. E naquele mesmo dia nenhum trabalho fareis, porque é o Iom HaKipurim (dia da expiação), l’chapar (para fazer expiação) por vós perante YHVH ELOHEICHEM. Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo. Também toda a alma, que naquele mesmo dia fizer algum trabalho, eu a destruirei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações em todas as vossas habitações. Shabat shabaton (Sábado de descanso ou sábado dos sábados) vos será; então afligireis as vossas almas; aos nove do mês à tarde, de uma tarde a outra tarde, celebrareis o vosso sábado(Levítico 23.26-32)

E no dia dez deste sétimo mês tereis santa convocação (miq’ra-kódesh), e afligireis as vossas almas (humilhareis a vós mesmos); nenhum trabalho fareis” (Números 29.7)

Há 3500 anos, no deserto do Sinai, o SENHOR entregou Sua Ketubah (contrato de aliança de casamento) ao povo por intermédio de Moshe, nas primeiras tábuas, que foram quebradas, tão logo desceu da presença de YAH, ao perceber o pecado da nação na adoração ao bezerro de ouro [as tábuas de pedra foram quebradas, porque representavam o coração de pedra do povo, que acabara de pecar]. Moshe intercedeu pelo povo para que YAH não o destruísse, mas desse uma nova chance. Tradicionalmente, Moshe teria subido à presença de YHVH, nessa segunda chance, ao 1º dia de Elul e, quarenta dias depois, descia com as segundas tábuas da Aliança, em Iom Kipur!

Número 40, na Bíblia, indica juízo, limpeza e purificação. No tempo de Noach, as águas do dilúvio subiram das profundezas da Terra e caíram do céu por 40 dias. O mikveh (banho ritual de purificação) contém 40 medidas de água. 40 foram os dias em que os 12 príncipes de Israel espiaram a terra que ‘mana leite e mel’ e, por sua rejeição a ela, permaneceram 40 anos no deserto, para serem humilhados pelo SENHOR a fim de que soubessem o que havia em seus corações. 40 dias separam 1º de Elul a Iom Kipur (no 10º dia do 7º mês), num clamor ao arrependimento, à teshuvah (voltar para DEUS).

Iom HaKipurim (Dia da Expiação) é a 6ª santa convocação do SENHOR e o dia mais sagrado e mais importante de todo o ano. Sua importância está impressa na característica dos sacrifícios que eram exigidos (adicionais aos oferecidos diariamente) e no seu anúncio: ‘shabat shabaton’ (sábado dos sábados), dia que o SENHOR ordena afligir a alma (oprimir, humilhar, mortificar, dominar, ser humilhado, submeter, ser atormentado, curvar humildemente) de um ao outro pôr do sol, em mais de 25 horas de jejum, oração e arrependimento, buscando a misericórdia e o perdão do SENHOR pessoal e sobre a humanidade, porque é a última chance para ter o nome inscrito no livro da vida.

Neste ano, de acordo com o calendário predictivo de Israel, na viração do dia 29 para 30 de setembro será vivido Iom Kipur.

Entretanto, segundo o calendário observacional (quando, de fato, a lua nova foi observada), Iom Teruah se deu na viração do dia 21 para 22.09. Logo, Iom Kipur será em  na viração do dia 30 de setembro para 01 de outubro.                                                                                                          

Enquanto crentes no Mashiach de Israel – porque nELE somos feitos ‘geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido para anunciarmos as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz’ (1 Pedro 2.9) – na posição de sacerdotes, devemos nos colocar na brecha por nós mesmos, nossos familiares, nossa nação, pelos perdidos da Casa de Israel e por todos os que vagueiam para o Vale de Yehoshafat – Vale de YHVH Julga, da decisão (“Congregarei todas as nações, e as farei descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e repartiram a minha terra... Suscitem-se os gentios, e subam ao vale de Jeosafá; pois ali me assentarei para julgar todos os gentios em redor. Lançai a foice, porque já está madura a seara; vinde, descei, porque o lagar está cheio, e os vasos dos lagares transbordam, porque a sua malícia é grande. Multidões, multidões no vale da decisão; porque o dia do SENHOR está perto, no vale da decisão” - Joel 2.3,12-14)  (não necessariamente nessa ordem de importância).

A palavra expiação significa ‘corrigir, restaurar, reparar, reconciliar, tornar a ser um só’ – aponta para a obra completa do MASHIACH JESUS na nossa redenção e reconciliação com o PAI. Seu desejo é que como ELE é Um com o PAI, também sejamos um com entre nós e nELES (João 17.21).

Essa é uma celebração em que o sacerdote assume um papel preponderante. Como sacerdotes do Altíssimo, o Corpo do Mashiach deve obedecer ao chamamento do Cohen HaGadol, o Sumo Sacerdote YEHOSHUA, permanecendo entre o alpendre e o altar para clamar por Seu povo: “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a Teu povo, ó SENHOR, e não entregues a Tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu DEUS?” (Joel 2.17), para que Seu Nome não seja envergonhado entre as nações, mas exaltado e engrandecido no meio de Seu povo (Corpo e Israel).

Os dez dias que separam Iom Teruah (1º dia do 7º mês) e Iom Kipur (10º dia do 7º mês) são conhecidos como Aseret Iemei Teshuvah (Dez dias de arrependimento), quando as orações por arrependimento se intensificam mais e mais e as pessoas buscam as sinagogas ou o Kotel para orarem, em qualquer hora do dia. É significante o fato de que a teshuvah (arrependimento) venha antes da redenção (Iom Kipur). YAH determinou que o sacrifício substitutivo (animal) somente seria apropriado, recebido por ELE se acompanhado de uma postura condizente, um coração quebrantado e contrito diante dELE (Salmo 51.16,17).

Divinamente, DEUS estabeleceu Iom Kipur antes de Sukot (Festa dos Tabernáculos), que é chamada ‘A Estação de nossa Alegria’. Israel e todos os crentes no MASHIACH YEHOSHUA só poderiam regozijar-se depois de remidos e seus pecados perdoados!

A palavra kipur vem do verbo hebraico kapar, que significa ‘cobrir, estender sobre, dilatar, espalhar, disseminar, difundir, propagar, arrumar (mesa); aplacar; apaziguar; acalmar; prover reconciliação ou expiação; cobrir para o benefício de; não imputar sobre alguém; encobrir totalmente, esconder a verdade, para que nenhuma punição seja necessária; completa provisão de reparação ou expiação; evitar ou impedir ira; perdão; removido; expiado por; coberto, protegido, abrangido por; levantado, erguido, alçado’.

De acordo com esses significados, vemos que YEHOSHUA HaMASHIACH, com Sua morte substitutiva e toda suficiente, estabeleceu o sacrifício perfeito que apaziguou a ira do PAI por satisfazer plenamente Sua justa justiça, promovendo a tão desejada reconciliação entre o Criador e Sua criatura, em bases de total provisão, tanto para benefício do PAI (satisfazendo Sua justiça e santidade), quanto aos homens (pagando o preço elevadíssimo, incomparável, tirando o pecado do mundo, perdoando-nos, removendo o escrito de dívida que era contra nós, libertando-nos dessa sujeição escravista de satanás e deixando-nos livres para entrar na Presença do PAI e adorá-lO em Espírito e em Verdade), protegendo-nos da ira vindoura destinada aos servos do filho da iniquidade, que representa aqueles que não aceitarão tal sacrifício, que tem plena amplitude de abrangência e que abriu o caminho do homem ao PAI, elevando-nos a Seu nível. Nossa missão é disseminar/propagar tais feitos, porquanto ministros da reconciliação, para que toda a humanidade saiba que a provisão completa de expiação foi feita e que podemos voltar a ser um só no MASHIACH de Israel, YEHOSHUA

A palavra expiação implica em derramamento de sangue, geralmente de inocente substituto, pois assim declarou o SENHOR: “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela alma (Levítico 17.11).

Esse é o princípio de vida por vida, fundamental no sistema sacrificial estabelecido por YAH. Um animal deveria ser sacrificado como substituto de sentenças de morte dos homens. YEHOSHUA


Culto de Iom HaKipurim

O serviço de Iom HaKipurim era totalmente dependente do Cohen HaGadol ou Sumo Sacerdote. Levítico 16 é o texto minucioso das atividades cerimoniais do Dia da Expiação, detalhando as atribuições do sumo sacerdote, suas vestes, o ritual de purificação e expiação, os sacrifícios adicionais que deveriam ser apresentados naquele dia.

Como sacrifício especial, eram separados um novilho e dois bodes. Inicialmente, o novilho da expiação era sacrificado pelos pecados do sumo sacerdote e do sacerdócio (sacerdotes e levitas), para purificação de qualquer profanação, contaminação ou impureza causada pelos próprios durante os sacrifícios ordinários (v.6). Enquanto empunhava as mãos sobre o animal, confessando seus pecados e de sua casa (inicialmente, e numa segunda vez, os pecados do sacerdócio), o sumo sacerdote pronunciava o Nome de Aliança do SENHOR, YHVH, por três vezes (como os serafins e os quatro animais a confessar “SANTO, SANTO, SANTO” – Isaías 6.2,3 e Revelação 4.8, respectivamente). Depois que os bodes eram sorteados, o sumo sacerdote sacrificava o novilho (pois seu sangue seria utilizado no Kódesh hakadashim, para aspergir a Arca da Aliança e seu assento de misericórdia), para purificação de seus pecados e os do sacerdócio.

Em seguida, um dos bodes era escolhido, por sorteio, para o sacrifício a YHVH, destinado à purificação de todas as profanações, contaminações e impurezas do povo de Israel e do santuário (vv.7,8). Finalmente, o segundo bode, destinado a azazel, era enviado para longe e não sacrificado, para a purificação do povo. Esse bode emissário era levado para vaguear pelo deserto (v.10) ou para ser lançado de um penhasco, no deserto. Antes, porém, o sumo sacerdote punha suas mãos sobre a cabeça do animal, e confessava todas as iniquidades e transgressões do povo, todos os crimes e pecados cometidos, depositando-os sobre ele, para que pudesse ‘carregá-los consigo ao deserto’:

Havendo, pois, acabado de fazer expiação pelo santuário, e pela tenda da congregação, e pelo altar, então fará chegar o bode vivo. E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, e todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e deixará o bode no deserto” (Levítico 16.20-22).

E Arão lançará sortes sobre os dois bodes; uma la’YHVH (pelo SENHOR), e a outra l’azazel (pelo bode emissário ou expiatório)” (Levítico 16.8) – os bodes eram considerados como um ‘único sacrifício pelo pecado ao SENHOR’, embora fossem dois.

Após o sorteio (com placas douradas, cada uma cunhada com as palavras ‘laYHVH’ ou ‘l’azazel’), quando o sumo sacerdote selava o destino dos animais, uma tira de lã carmesim era atada a um dos chifres do animal sorteado para ‘azazel’, para identificação e distinção dos mesmos (iguais em tamanho, cor, valor). De acordo com a tradição rabínica, era um ‘bom presságio’ quando a placa ‘para YHVH’ era puxada pela mão direita do sumo sacerdote; mas, nos 40 anos que antecederam a destruição de Beit HaMiqdash, no ano 70dC, a sorte ‘para YHVH’ só caía na mão esquerda do sumo sacerdote (Talmud, Yoma 39a). YEHOSHUA foi crucificado 40 anos antes da destruição do templo!

Essas ‘sombras’ apontam para o julgamento das nações (ovelhas e bodes), a que Se referiu YEHOSHUA, ainda em Seu discurso no Monte das Oliveiras, conforme trataram ‘Seus pequeninos’, Seus irmãos, a casa de Israel. As nações que mal os têm maltratado serão lançadas à esquerda, como nações bode, enquanto aquelas que têm usado de misericórdia e amor para com Israel, serão poupadas, à direita, como nações ovelha (Mateus 25.31-46).

De acordo com a tradição judaica, azazel era o nome do anjo caído ou hasatan. Mas, estudiosos da Palavra creem que ele derive da palavra azel, que significa ‘fuga, escape’, daí seu nome de ‘bode expiatório’ ou ‘bode emissário’. A palavra ‘azazel’ também significa ‘demônio do deserto’ ou ‘completa remoção’.

O bode ‘para YHVH’, destinado ao altar de sacrifício como oferta pelo pecado, tipifica a YEHOSHUA, o Cordeiro Pascal, oferta pelo nosso pecado, uma vez que DEUS colocou sobre ELE o pecado de toda a humanidade, revestindo-O dele (“Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que nELE fôssemos feitos justiça de DEUS” -  2 Coríntios 5.21), ‘ELE mesmo, Sumo Sacerdote, em tudo tentado, mas sem pecado’ (Hebreus 4.15), ‘condenando o pecado em Sua própria carne sem pecado próprio, mas cheia do pecado da humanidade’ (Romanos 8.2,3).

O bode destinado ao deserto, para azazel, carregava os pecados do povo e sua punição. Essa figura pode ser interpretada como ‘satanás sendo lançado ao lago de fogo’ quando o SENHOR vier com poder e grande glória (Revelação 19.20), o causador de todos os males, sobre quem recairá a destruição (Ezequiel 28.12-19).

Em momento apropriado, o bode com a tira de lã amarrada a seu chifre, era levado a um penhasco e empurrado dali. Tradicionalmente (descrito na Mishnah), uma porção dessa tira de lã carmesim era atada à porta do templo, antes que o bode expiatório fosse levado ao deserto. Essa tira deveria tornar-se branca, quando o bode encontrasse seu destino final, assinalando ao povo que YHVH aceitara o sacrifício e perdoara seus pecados, assim como descrito em Isaías 1.18: “Vinde então, e argüi-me, diz o SENHOR: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã”.

Como descrito anteriormente, 40 anos antes da destruição de Beit HaMiqdash, a tira de lã carmesim parou de ficar branca. Obviamente, após a morte no madeiro e ressurreição do MASHIACH de Israel.

Para poder servir como cohen hagadol em Iom HaKipurim, o sacerdote deixava sua casa uma semana antes e permanecia no templo, para não correr o risco de cometer impurezas e ser desqualificado. Um substituto era selecionado (geralmente o sacerdote que tinha o ofício de capitão da guarda do templo – Atos 4.1; 5.24,26), em caso de morte ou desqualificação. Durante essa semana, era o sumo sacerdote selecionado que conduzia todos os sacrifícios ordinários, como modo de treinamento e santificação – YEHOSHUA, na semana em que foi crucificado, esteve presente em Jerusalém para ser observado pelas autoridades religiosas, civis e políticas, e nada lhe pôde ser imputado, confirmando que é o Perfeito Cohen HaGadol.

Esse era o único dia em que o sumo sacerdote era autorizado a entrar no Kódesh hakadashim (Santo dos santos) e o único dia em que ele deveria pronunciar o Nome de aliança do SENHOR, o tetragrama YHVH. Tão especial era/é esse dia!

YEHOSHUA entrou, de uma vez por todas, no Santo dos santos celestial, para apresentar ali Seu precioso sangue – Cordeiro sacrificial e Sacerdote que é!

O serviço da tarde era o específico de Iom HaKipurim. O cohen gadol devia banhar-se completamente (sob a supervisão do povo, que o observava por cortina de linho), e não só as mãos e os pés, como requerido em outras ocasiões. A lavagem simbolizava seu desejo de purificação (Números 31.21-24), como desejou Pedro, quando disse ao SENHOR que lavasse não só seus pés, mas mãos e cabeça, ao que respondeu que não necessitava lavar, senão os pés, porque já estava lavado (João 13.9,10) pela água da Palavra (Efésios 5.25-27).

Por cinco vezes, durante todo o serviço de Iom HaKipurim, o sumo sacerdote lavava-se (lavava as mãos e os pés, retirava suas vestes, banhava-se completamente, vestia-se com novas vestes e novamente lavava as mãos e os pés) e trocava suas vestes feitas de linho, especialmente preparadas para aquele dia (nunca seriam reutilizadas).

Para entrar no Kódesh hakadashim, o sumo sacerdote deveria apresentar-se com as cinzas e as brasas da novilha queimada como oferta pelo pecado seu e do sacerdócio, e o incenso. Ao adentrar no Santo dos santos, lançava o incenso e as brasas sobre o altar do incenso para que uma fumaça de cheiro agradável fosse ofertada ao SENHOR (Levítico 16.12,13). Esse incenso aponta para as orações dos santos, dedicadas ao SENHOR: “E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos... E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de DEUS” (Revelação 5.8; 8.3,4).

Então, saia dali para entrar uma segunda vez com o sangue da novilha para expiação de seus e dos pecados do sacerdócio, aspergindo o sangue sobre a Arca da Aliança, uma vez para cima e sete vezes para baixo (Levítico 16.14), como se estivesse usando um chicote.

JESUS foi açoitado com chicotes, para que Seu sangue fosse extraído de Suas entranhas completamente (Marcos 15.15). Em Seu sacrifício, como Seh HaELOHIM e Cohen HaGadol, ELE cumpriu cabalmente todas as prescrições do cerimonial (Hebreus 9 e 10) e de forma superior, eterna e toda suficiente.

Depois de oferecer expiação por si e por toda a classe sacerdotal e todos os que ministravam diante do SENHOR, saia para sacrificar o bode a YHVH. Com o sangue desse sacrifício, entrava pela terceira vez no Santo dos santos para aspergir o sangue da expiação pelo pecado do povo de Israel, da mesma forma (Levítico 16.15). Ao sair, aspergia sangue da novilha sobre o véu e depois o sangue do bode (Levítico 16.16). Por fim, tomava as duas bacias com sangue e aspergia o sangue nos ‘chifres’ (pontas) do altar (Levítico 16.18-20).

As partes remanescentes dos novilhos e bode eram queimadas fora da cidade.

E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhum trabalho fareis nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o SENHOR. É um sábado de descanso para vós, e afligireis as vossas almas; isto é estatuto perpétuo. E o sacerdote, que for ungido, e que for sagrado, para administrar o sacerdócio, no lugar de seu pai, fará a expiação, havendo vestido as vestes de linho, as vestes santas; assim fará expiação pelo santo santuário; também fará expiação pela tenda da congregação e pelo altar; semelhantemente fará expiação pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. E isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel de todos os seus pecados, uma vez no ano. E fez Arão como o SENHOR ordenara a Moisés” (Levítico 16.29-34).

Quando o sumo sacerdote caminhava do altar de sacrifício para o Santo dos santos, dizia àqueles à sua volta: ‘Não me toque (detenha, agarre, impeça), porque ainda não subi para meu pai’. Estas foram as palavras que YEHOSHUA, o Cohen HaGadol da parte de ELOHIM (Hebreus 3.1), disse a Miriam, após Sua ressurreição (João 20.17).

As vestes utilizadas pelo sumo sacerdote para entrar no Santo dos santos eram de linho (Levítivo 16.4), que representa as justiças dos santos (Revelação 7.9,13,14; 19.8). Yochanan viu o SENHOR JESUS com vestes compridas (Revelação 1.13-15), de linho (Daniel 10.5,6).

Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Revelação 19.7,8)

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de DEUS. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura (poema) Sua, criados em CRISTO JESUS para as boas obras, as quais DEUS preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2.8-10)

Linho fino representa as ações de justiça dos santos; corresponde à fé em ação, suprindo as necessidades do Corpo, zeloso de boas obras, porque uma vez salvos por meio da fé, somos o poema de YEHOSHUA HaMASHIACH, para executar as boas obras que foram preparadas previamente para que nelas andemos. Isso tem a ver com a edificação do Seu Corpo, onde cada crente, com seus dons e talentos, os desenvolve e os coloca a serviço de YHVH, servindo ao Corpo. O poema que YAH quer que o mundo leia, ouça, veja, testemunhe é Sua graça repartida em Seu Corpo unido, uma sinfonia de amor a ELE e ao próximo.


Nomes correspondentes a Iom HaKipurim

1.     Iom HaKipurim – Dia da Expiação
2.     Face a face
3.     O Dia (Grande Dia)
4.     O Dia do Jejum
5.     Shofar HaGadol – Grande Shofar
6.     Neilah – Fechamento dos portões

1.     Iom HaKipurim – Dia da Expiação

É um dia de jejum e aflição da alma. Foi estabelecido como dia de jejum nacional (Joel 1.14.15)

O texto em Isaías 58.1-14 revela-nos o verdadeiro jejum, aceitável ao SENHOR:

Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacó os seus pecados. Todavia Me procuram cada dia, tomam prazer em saber os Meus caminhos, como um povo que pratica justiça, e não deixa o direito do seu DEUS; perguntam-Me pelos direitos da justiça, e têm prazer em se chegarem a DEUS, dizendo: Por que jejuamos nós, e TU não atentas para isso? Por que afligimos as nossas almas, e TU não o sabes? Eis que no dia em que jejuais achais o vosso próprio contentamento, e requereis todo o vosso trabalho. Eis que para contendas e debates jejuais, e para ferirdes com punho iníquo; não jejueis como hoje, para fazer ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que EU escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao SENHOR? Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda. Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ELE dirá: Eis-Me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. E os que de ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de veredas para morar. Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no Meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras, então te deleitarás no SENHOR, e te farei cavalgar sobre as alturas da Terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Yaacov; porque a boca do SENHOR o disse”.

Acontece no 10º dia do 7º mês. Dez, na Bíblia, significa governo ou nações (Daniel 7.24; Zacarias 8.23). Para o povo judeu, o número 10 representa uma congregação, conhecido como minyan (uma assembléia na sinagoga só pode começar com mínimo de minyan – 10 pessoas). Esse número representa, portanto, a congregação de Israel ou as nações.

Isso aponta para o fato de que o SENHOR tinha em mente Israel e as nações, quando o sangue da expiação era aspergido no Santo dos santos. Certamente, em Seu plano de redenção perfeito, incluiu todos os povos:

E vos tomarei dentre os gentios, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o Meu Espírito, e farei que andeis nos Meus estatutos, e guardeis os Meus juízos, e os observeis” (Ezequiel 36.24-27)

Eis que o Meu Servo (YEHOSHUA) procederá com prudência; será exaltado, e elevado, e mui sublime. Como pasmaram muitos à vista dELE, pois o Seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a Sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens. Assim borrifará (aspergirá) muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dELE; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão” (Isaías 52.13-15)


Dia da Expiação e seu cumprimento no MASHIACH

a)    incensário de ouro (Levítico 16.1,2,12-14; Hebreus 9.4) – o sumo sacerdote levítico tinha o papel de mediar as situações entre DEUS e os homens (Números 16.48), de servir ao SENHOR enquanto sumo sacerdote e oferecer-LHE incenso de cheiro agradável e suave (adoração).
O incenso do incensário de ouro aponta para as orações dos santos (Revelação 8.3,4), em seu papel como intercessores (Salmo 141.2) e como adoradores (Revelação 5.8).
YEHOSHUA, Cohen HaGadol (Hebreus 3.1), tem um sacerdócio perpétuo (Hebreus 7.24), segundo a ordem de Malki Tsedeq (Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 7.11,17,21), e é o Único Mediador entre DEUS e os homens (1 Timóteo 2.5; Hebreus 12.24) de aliança melhor, feita com promessas melhores (Hebreus 8.6), vivendo para interceder por nós junto ao PAI (Hebreus 7.25). Esse sacerdócio é pleno, porque Seu sacrifício foi superior, porquanto para purificação das coisas celestiais (Hebreus 9.23).

b)    entrava no véu uma vez ao ano (Levítico 16.2,32-34; Hebreus 9.3,7) – o acesso ao Santo dos santos, onde Se manifestava a Glória  do SENHOR (no assento de misericórdia ou propiciatório) só estava liberado ao sumo sacerdote e uma única vez ao ano.
JESUS abriu o novo e vivo caminho ao Santo dos santos pelo sacrifício no calvário, rasgando o véu (Sua carne) (Mateus 27.50,51; Hebreus 10.20), por meio do Seu sangue reconciliatório. Agora, temos livre acesso ao PAI e podemos entrar com confiança em Sua Presença, sabendo que não seremos consumidos, mas transformados, de um degrau de glória a outro, na semelhança de CRISTO JESUS, nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4.16; 2 Coríntios 3.18)

c)     ele se lavava com água (Levítico 16.4,24) – o sumo sacerdote precisava estar absolutamente limpo para fazer expiação por si e pelo povo.
Temos que ser constantemente limpos pela água da Palavra, para remover a sujeira do pecado em nossa alma e podermos nos achegar a ELE com coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa (Hebreus 10.22; 1 Coríntios 6.11; Efésios 5.26,27).
YEHOSHUA estava absolutamente limpo (João 14.30,31), sem pecado (Hebreus 4.15), Cordeiro aprovado pelo PAI, por líderes políticos, religiosos e pelo povo para fazer a expiação, enquanto Sacrifício perfeito e como Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Malki Tsedeq (Atos 2.22-24).

d)    ele se vestia com vestes de linho (Levítico 16.4,23) – para o sacrifício de Iom Kipur, eram utilizadas vestes de linho fino (túnica santa, calções para esconder a nudez, cinto e mitra, todos de linho), sem o colorido da alegria e da majestade dos outros sacrifícios.
O linho era utilizado para que não houvesse suor (“Gorros de linho estarão sobre as suas cabeças, e calções de linho sobre os seus lombos; não se cingirão de modo que lhes venha suor” – Ezequiel 44.18). Nenhuma obra para o SENHOR, principalmente no relacionado à expiação de pecados, poderia depender de esforço humano (suor), mas somente da Sua justiça, daquilo que ELE fazia, porquanto as justiças dos homens são como trapos velhos e sujos que só geram o oposto do que é DEUS.
O linho fino são as obras de justiça dos santos: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos” (Revelação 19.7,8). O SENHOR disse que todas as justiças dos homens são como trapos de imundícia (Isaías 64.6). Como CRISTO é justiça (não imputada, mas conquistada por Sua vida, morte, ressurreição), só nELE, revestidos (Sua justiça a nós imputada como parte da obra de redenção) de Sua justiça (linho branco) é que podemos produzir justiça segundo Seus padrões!
 - Túnica sacerdotal de linho – aquilo que nos cobre é a cobertura de justiça do Sacerdote (Aquele que conquistou a justiça por Sua obediência, e obediência até a morte de cruz, Justo e justificador daqueles que andam segundo o Espírito). Suas ações devem ser justas e manifestarão a justiça dAquele que justificou, com Seu sangue, aos homens (que Se lhe submetem). Ações guiadas pelo Espírito de DEUS gerarão vida (sem suor). Tudo que vem pelo esforço humano, redundará em glória para o homem, e gerará morte, porque tudo o que não é CRISTO não é o Seu Corpo e, portanto, não produzirá frutos para vida, mas para a morte. Só o que é CRISTO é Seu Corpo.
As vestes de JESUS ressurreto também são vestes de linho – porque conquistou a justiça, pode justificar-nos e imputar-nos Sua justiça, mediante a fé nELE (Romanos 3.21-26; 1 Coríntios 1.30)
- A mitra representa a ‘cobertura de nossos pensamentos’, que devem ser sujeitos ao SENHOR, balizados pela Palavra, levados cativos à obediência de CRISTO (2 Coríntios 10.4-6). Nas coisas que focamos nossas vidas, naquilo que amamos, para aquilo que nos abrimos mais facilmente, é nele que nos transformamos, porque somos resultado de nossos pensamentos.
Na mitra, uma placa de ouro (tudo o que se relaciona à Pessoa de DEUS, Sua santidade = somatória de todos os Seus atributos) com os escritos Kodesh la’YHVH(‘Santidade a YHVH’ - Êxodo 28.36,37) era utilizada, apontando para o fato de que nossos pensamentos devem ser separados para Seu uso exclusivo (Filipenses 4.8), a fim de que nossas ações, que são resultado de nossos pensamentos, produzam vida e vida em abundância. Se submetidos a ELE, seremos transformados à Sua imagem e semelhança, para a glória de DEUS PAI: “não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de DEUS” (Romanos 12.2).
- Calções para cobrir a nudez - a primeira menção de suor, na Palavra, está conectada à consequência do pecado do homem, por ter saído da presença do SENHOR, lá no Éden (Gênesis 3.19). O homem esforçou-se (suor) para cobrir sua nudez (folhas de figueira), mas isso não foi suficiente. Um cordeiro substituto, inocente, teve que ser morto para que vestes lhes fossem preparadas e sua nudez coberta. É isso que o calção de linho representa: a obra da justificação independe do homem, mas da ação de DEUS, por meio do Seu CRISTO (Seu Enviado, Seu Ungido), todo Santo, todo imaculado, sem ruga, sem pecado algum. ELE só receberá aquilo que vier de Seu Filho!
- Cinto de linho – representa a prontidão, força, fidelidade e integridade de CRISTO. ELE sempre estava pronto a obedecer, cumprindo fiel e integralmente as orientações do PAI. Sua força era resultante de Sua submissão ao PAI (Salmo 66.3).

e)     em Iom HaKipurim, a partir do momento em que fosse realizada a expiação, o povo era considerado sem pecado e sem culpa diante de DEUS: “Porque naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados perante o SENHOR... E isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação pelos filhos de Israel de todos os seus pecados, uma vez no ano” (Levítico 16.30,34).
No momento em que JESUS apresentou Seu sangue (Hebreus 1.1-5; 5.7-10) ao PAI como oferta pela expiação do pecado do mundo, tornou todos aqueles que crêem e confessam o Seu Nome, sem mancha e sem ruga (Efésios 5.27), por causa do Seu precioso sangue (1 Pedro 1.18-23). Por isso, quando O reintroduziu ao mundo, já não era mais Seu Unigênito, mas Seu Primogênito: “E outra vez, quando introduz no mundo o Primogênito, diz: ‘E todos os anjos de DEUS O adorem’” (Hebreus 1.6)

f)      os corpos dos animais de expiação eram queimados fora do acampamento (Levítico 16.27) – tanto o corpo do novilho (oferta pelo pecado do sacerdote e sua casa) quanto o do bode expiatório (oferta pelo pecado do povo), cujo sangue havia sido levado para fazer expiação no Santo dos santos, deveriam ser levados para fora do acampamento ou da cidade, onde seriam queimados.
YEHOSHUA foi crucificado fora do acampamento ou dos portões de Jerusalém (João19.17-20; Hebreus 13.10-13).

g)    muitos sacrifícios eram oferecidos (Levítico 16.1-6,25-27)
YEHOSHUA, a Provisão de DEUS para satisfazer Sua justiça, ofereceu-Se uma vez por todas, por toda a humanidade, e é a plenitude de todos os sacrifícios requeridos na Lei (Hebreus 9.26-28; 10.1-10). ELE recebeu toda a ira de DEUS e satisfez todos os quesitos de Sua justiça cabalmente, a tal ponto de não existir mais condenação para aqueles que estão nELE (Isaías 53.10-12; Romanos 8.1-4; Filipenses 2.8-11).
Não mais como sacrifícios de tolos (que são vãos, porque não podem satisfazer a justiça de DEUS e trazer-LHE paz), mas com a consciência clara de que, por amor e gratidão ao presente da redenção em CRISTO JESUS, cada crente no Mashiach deve oferecer seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, para tributar-LHE toda a honra, toda glória, toda adoração e ações de graça que LHE são devidas (Romanos 12.1), ‘oferecendo a ELE sacrifícios espirituais, porquanto pedras vivas extraídas do Sumo Sacerdote para edificar casa de adoração ao PAI’ (1 Pedro 2.5).
Hoje, o SENHOR tem muitos seguidores – sacrifícios de adoração a ELE não podem cessar!

h)    o ano do jubileu era o Dia da Expiação – “Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família. O ano qüinquagésimo vos será jubileu; não semeareis nem colhereis o que nele nascer de si mesmo, nem nele vindimareis as uvas das separações, porque jubileu é, santo será para vós; a novidade do campo comereis. Neste ano do jubileu tornareis cada um à sua possessão” (Levítico 25.9-11) – depois de feita a expiação, o povo se achava livre de culpa e pecado diante do SENHOR, porque o preço havia sido pago, pelo período de um ano. Estar inculpável diante de DEUS era um refrigério e gozo, sensação de liberdade e felicidade – a mesma sensação obtida durante yovel (ano do jubileu)!

Iom Kipur representa o dia quando a Terra será completamente limpa e purificada pelo fogo do juízo de YAH, juízo este sobre todo o pecado e iniquidade. YEHOSHUA retornará em Iom Teruah (para buscar Sua noiva), quando começará a julgar o mundo em retidão pelos ‘dez dias’ que se sucedem, conhecidos como ‘dias de pavor’ (iamim noraim), período de tempo em que o juízo do Justo será derramado sobre a Terra (2 Pedro 3.7; 2 Tessalonicenses 1.8; 1 Coríntios 3.13-15).

Iom Kipur marca o fim desse período de julgamento, quando YEHOSHUA retornará a Jerusalém para abençoar seu povo com a salvação (Zacarias 14.4; Mateus 23.39). Removerá o pecado da terra em um só dia (Zacarias 3.9) e cinco dias depois, quando a sucah estiver pronta, começará Seu reinado glorioso em Jerusalém, durante Sukot (Zacarias 14.9,16-21).

YEHOSHUA cumpriu parcialmente o Dia da Expiação quando veio. Ao final do dia, ELE carregou Seu próprio sangue ao Santo dos santos no céu para fazer expiação por nós. A parte final desse ritual ocorre quando o Sumo Sacerdote sai do Santo dos santos e abençoa o povo. Isso acontecerá quando ELE regressar a Jerusalém: “Assim também CRISTO, oferecendo-Se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O esperam para salvação” (Hebreus 9.28). Parcialmente, porque ainda precisa, como fazia do sumo sacerdote em ofício, sair do Kódesh hakadashim celestial, retornar diante do povo para abençoá-lo. Isso se dará em Seu regresso, quando vier para reinar sobre Israel e sobre as nações da Terra.

2.     Face a Face

Assim denominado, aludindo o fato de que o sumo sacerdote só poderia estar na presença de YHVH, no Santo dos santos, uma vez ao ano, durante Iom HaKipurim, para apresentar o sangue da expiação diante do SENHOR, sobre o propiciatório (Levítico 16.2; Hebreus 9.6,7).

Quando o sumo sacerdote, naquele dia, estava diante da presença do SENHOR, dizia-se que estava ‘face a face’ com DEUS. Por esta razão, este feriado tornou-se conhecido como ‘face a face’.

Entretanto, o SENHOR já havia alertado que nenhum homem poderia ver Sua face e viver (Êxodo 33.20). Mas, no mesmo dia em que fez essa declaração, proveu a solução (Êxodo 33.21-23) e fez com que Moshe entrasse na ‘Fenda da Rocha’ (aponta para JESUS partido e ferido por nossas transgressões), para que pudesse ver Sua Bondade e não Sua face. A Bondade do PAI é YEHOSHUA HaMASHIACH, que é ‘o Resplendor de Sua glória, a expressa imagem da Sua Pessoa’ (Hebreus 1.3).

ELE também proveu a solução para que o sumo sacerdote entrasse no Santo dos santos, a estar face a face com o SENHOR e não morrer: por meio da nuvem do incenso [feito de várias essências aromáticas moídas – JESUS foi moído em nosso lugar] queimado pelas brasas do altar [a gordura do animal sacrificado para expiação, bem como algumas de suas partes, escorriam pela madeira queimada, impregnando-a – essas brasas representam o CRISTO sacrificado. E era como o óleo do vaso de alabastro que uma mulher derramou sobre Sua cabeça, preparando-O para a sepultura (Mateus 26.7,12,13)... aquele odor exalou dELE de cada açoite, de cada tapa, de cada prego que O perfurou, de cada espinho que O feriu, de cada gota de sangue vertida de Seu Corpo) cobrindo o propiciatório para que não morresse (Levítico 16.12,13).

No Santo dos santos, o propiciatório recebe o nome de ‘assento de misericórdia’ – ali Se assentava ‘Aquele que é todo misericordioso, o Único digno de abrir o Livro, porque foi morto e por Seu sangue comprou para DEUS homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação; e fez deles reis e sacerdotes para ministrarem diante de DEUS PAI e para reinarem com ELE sobre toda a Terra’ (Revelação 5.9,10).

A palavra hebraica para propiciatório ou assento de misericórdia é ‘kaporet’, cujo significado é ‘execução de reconciliação/expiação’, tem a mesma raiz do verbo ‘kapar’, de onde se origina a palavra kipur (como descrito acima). Ou seja, o assento de misericórdia pode ser traduzido como assento de expiação, de perdão de pecados, de apaziguamento, de provisão para reconciliação, de cobertura para benefício de outro, de cobertura completa, de proteção. E era isso que o sumo sacerdote encontrava, anualmente, diante de sua presença, para estar ‘face a face com o SENHOR e não perecer’.

Os dias que antecedem Iom Kipur, os iamim noraim, são dias de juízo para levar o povo ao arrependimento, para que vejam seu SENHOR face a face e entrem no vínculo de Sua aliança: “Vivo EU, diz o SENHOR DEUS, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o SENHOR DEUS. Também vos farei passar debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo da aliança. E separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgrediram contra Mim; da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que EU Sou o SENHOR” (Ezequiel 20.33-38).

Haverá um Iom Kipur, quando a Terra for limpa de toda sua contaminação e impureza, que 1 Coríntios 13.9-12 se cumprirá, quando O veremos, não mais como por espelho, mas face a face: “Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier O Que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor”.


4.     O Dia do Jejum

Por três vezes, é ordenado, como estatuto perpétuo, que neste dia de Iom Kipur se ‘aflija a alma’ (Levítico 16.29; 23.27; Números 29.7), exerça o ‘negar-se a si mesmo e à satisfação dos desejos próprios’, como forma de humilhar-se e quebrantar-se diante do SENHOR, para clamar Seu favor, Seu perdão, porquanto reconhece que ELE tem a chave da vida e da morte em Suas mãos.

A palavra hebraica traduzida como ‘afligir’ é ‘anah’, que significa ‘oprimir, humilhar, mortificar, dominar, ser humilhado, submeter, ser atormentado, curva-se humildemente, afligir, ser afligido; padecer; violentar, raptar, torturar, atormentar’. Também: ‘ser provido de resposta’, ‘ser levado a responder’, ‘prestar atenção’; responder; retribuir; contestar; testemunhar.

No entendimento judaico, o ‘afligir a alma’ ou ‘negar-se a si mesmo’ está relacionado ao jejum. A mortificação da carne, o domínio sobre ela, submetendo-se ao comando do SENHOR (‘de afligir a alma’) e curvando-se à Sua perfeita vontade tem o objetivo de ‘ser provido de resposta’, diante da contrição da alma; de fazer calar a voz da alma, dos desejos, para prestar atenção àquilo que o SENHOR quer ministrar; humilhar-se diante da potente mão de YAH tem benefício de testemunhar Sua glória e majestade, porque certamente, ‘a um coração quebrantado e contrito não desprezará’ (Salmo 51.17), respondendo ao clamor da alma aflita e atormentada pelo risco de ter seu destino selado no livro da morte. Por esta razão, Iom Kipur é conhecido como o ‘dia do jejum’.

A palavra, ‘anah’, está no texto de Colossenses 2.14 – “Havendo riscado a cédula que era contra nós (‘anah vanu’ – falava em nós, atormentava-nos, afligia-nos, violentava-nos, torturava-nos) nas Suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.
Também está no texto em Hebreus 13.12 – “E por isso também JESUS, para santificar o povo pelo Seu próprio sangue, padeceu (‘unah’, declinação verbal de ‘anah’) fora da porta”.


5.     Shofar HaGadol – O Grande Shofar

Em Iom Kipur a última das três shofarot associadas às santas convocações é tocada:
primeira trombeta – associada a Shavuot;
última trombeta – associada a Iom Teruah;
grande trombeta – tocada em Iom Kipur.

O Shofar HaGadol é tocado ao fim de Iom Kipur, e os rabinos associam-no com a ‘vinda’ do MESSIAS de Israel, após a expiação. De acordo com Zacarias 9.13-17, “Porque curvei Judá para Mim, enchi com Efraim o arco; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia! E pôr-te-ei, ó Sião, como a espada de um poderoso. E YHVH será visto sobre eles, e as Suas flechas sairão como o relâmpago; e ADONAI YHVH fará soar o shofar, e irá com os redemoinhos do sul. YHVH Tsvaot os amparará; eles devorarão, depois que os tiverem sujeitado, as pedras da funda; também beberão e farão barulho como excitados pelo vinho; e encher-se-ão como bacias de sacrifício, como os cantos do altar. E o SENHOR ELOHEIHEM naquele dia os salvará, como ao rebanho do Seu povo: porque como pedras de uma coroa eles resplandecerão na S(s)ua terra. Porque, quão grande é a Sua bondade! E quão grande é a Sua formosura! O trigo fará florescer os jovens e o mosto as virgens”.

Em Mateus 24.30,31 - “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ELE enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta (Shofar HaGadol), os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” - a grande trombeta soará convocando os resgatados do SENHOR (do céu e da Terra) a congregarem-se e regressarem a Sião (Eretz Israel), como descrito em Isaías 27.13: E será naquele dia que se tocará uma shofar gadol (grande trombeta), e os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito, tornarão a vir, e adorarão ao SENHOR no Monte Santo em Jerusalém”. Reunidos com o SENHOR, que voltará para estabelecer Seu reino e, como REI, assentar-Se no trono de David, Seu pai, trono este que LHE pertence por direito de herança e de conquista (Zacarias 14.9,16), governarão as nações com ELE (Revelação 20.4), a partir de Jerusalém, por mil anos. HalleluYAH!!!

Este, portanto, é um toque messiânico, pois anuncia a vinda do grande REI. No passado, quando um rei em Israel era coroado, tocava-se o shofar, seguido da aclamação popular de ‘Viva o rei’ (1 Reis 1.38-40).

Interessante notar que o shofar hagadol dos textos em Mateus 24.31 e Isaías 27.13 convoca à aliyah (física e espiritual) dos escolhidos e dos perdidos da casa de Israel, para adorarem o SENHOR YHVH em Jerusalém. As palavras de YEHOSHUA estão gravadas na Amidá de Arvit (orações da noite) do fim de Iom HaKipurim (manual de orações judaico para o serviço do Dia da Expiação), na Bênção do Reajuntamento de Yehudah e Efraim ou Bênção Kibuts Galuyot: ‘Faze soar o grande shofar para nossa liberdade e ergue o estandarte para juntar os nossos dispersados, e reúne-nos logo, a todos, dos quatro cantos do mundo para nossa terra. Bendito sejas TU, Eterno, que reúnes os dispersos de Teu povo Israel’ – como oração pela aliyah!

Esse shofar gadol também é utilizado para anunciar yovel***, o ano do jubileu, de acordo com Levítico 25.9,10 – “Então no mês sétimo, aos dez do mês, farás passar a trombeta do jubileu (shofar teruah); no dia da expiação fareis passar a trombeta por toda a vossa terra, e santificareis o ano qüinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os seus moradores; ano de jubileu (yovel) vos será, e tornareis, cada um à sua possessão, e cada um à sua família”.

A última trombeta ou hayovel teruah acharonah, mencionada em 1 Coríntios 15.52, é conhecida como Shofar HaGadol ou ‘grande trombeta’, cujo significado profético aponta para o fim da grande tribulação, e do dia do SENHOR, e o regresso do MESSIAS de Israel, YEHOSHUA! O shofar que soa anunciará a ressurreição dos mortos e arrebatamento da noiva do Cordeiro. Entretanto, a ‘última trombeta’ anunciará o ajuntamento de todos os resgatados do SENHOR (aliyah) para seguir ao monte Sião e lá reinar com ELE por 1000 anos.

 “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante hayovel***teruah acharonot (última trombeta / shofar hagadol); porque a trombeta (shofar de Iom Teruah) soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a DEUS que nos dá a vitória por nosso SENHOR JESUS CRISTO. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do SENHOR, sabendo que o vosso trabalho não é vão no SENHOR” (1 Coríntios 15.51-58).

Porque o mesmo SENHOR descerá do céu com teruah (alarido), e com voz de arcanjo, e com qol shofar ELOHIM (trombeta de DEUS); e os que morreram em CRISTO ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens (nissu’in), a encontrar o SENHOR nos ares (laqach), e assim estaremos sempre com o SENHOR (consumação do casamento)” (1 Tessalonicenses 4.16,17)

Comparando os dois textos

Aparentemente, esses dois textos falam do mesmo assunto, e na mesma situação. Mas as trombetas citadas apontam para ocorrências distintas e em tempos distintos, como veremos abaixo:
Ø  o texto em 1 Tessalonicenses descreve a ressurreição dos mortos e o arrebatamento da noiva, ao soar da ‘última trombeta’, a encontrar-se com seu Noivo nos ares para o casamento. Essa trombeta tem a ver com a trombeta de Iom Teruah;
Ø  o texto de 1 Coríntios descreve:
§  o arrebatamento da noiva e a ressurreição dos mortos no MASHIACH, quando do ‘soar da trombeta’ (a de Iom Teruah) e isso aponta para Tekiah Gdolah, a última trombeta, aquela tocada em Iom Teruah para chamar a noiva ao encontro do SENHOR nos ares. HalleluYAH!!!;
§  segue descrevendo a transformação a que será submetida, recebendo corpo incorruptível (não sujeito ao pecado e a satanás) e revestido de imortalidade (não mais sujeito à escravidão da ameaça constante do inimigo chamado morte). Nessa descrição da transformação está inserida a ‘shofar hagadol’, ou ‘hayovel teruah’ ou um alarido de jubileu (Iom Kipur), quando haverá restituição completa de tudo o que se era e se possuía, antes da escravidão. E essa é uma tarefa que o SENHOR executará por último, por isso é a, de fato, a última trombeta de jubileu a ser tocada. Se voltarmos a Adam e Chavah, tudo o que eles perderam com o pecado deve ser restaurado na raça humana, a restauração da glória que possuíam no PAI antes de sua queda, pois eles eram incorruptíveis (não sujeitos ao pecado) e imortais (não sujeitos à morte = separação de DEUS). E, nesse ponto, vitoriosos em CRISTO JESUS que reconquistou a glória que o homem tinha, vencendo ELE mesmo, satanás, o inferno e, por fim, a morte, o último inimigo a ser vencido, com Sua ressurreição.

Quando YEHOSHUA morreu, satanás pensou ter-LHE vencido, porque a morte era consequência de pecado. Ao ver que ELE estava passando por tanto sofrimento, tanta angústia, e toda a ira de DEUS recaindo sobre Este Ser Humano, entendeu, em sua mente absolutamente limitada e medíocre, malévola e maquiavélica, que só poderia ser por tanto pecado cometido. Então, ao vê-lO morrer, triunfou sobre Aquele que o havia derrotado no deserto da Judéia, três anos e meio antes. Amados, assim como os anjos não entendem o plano de redenção (porque ele é para os caídos), satanás, como ex-anjo de luz, também não entende e não é onisciente, muito menos onipresente e seu serviço de informação secreto é limitado (satanás é criatura e não O CRIADOR).

Quando YEHOSHUA ressuscitou dos mortos, satanás ‘estrebuchou’ porque não entendeu nada... Como tal Homem, que fora submetido à totalidade da ira de DEUS, voltava dos mortos, saía de sua condenação e prisão??? Como poderia ELE, ‘tendo pecado tanto’, ter ressuscitado?

O objetivo do SENHOR, ao restaurar tudo (jubileu ou yovel), é estabelecer Seu projeto inicial do Jardim do Éden. ELE não desistiu disso e, assim como o SENHOR JESUS orou para que Sua glória de antes da fundação do mundo fosse restituída pelo PAI, também é esse Seu objetivo para conosco (João 17.5).

Imaginem só que, no último Iom Kipur, no yovel de nossa história, quando o SENHOR JESUS regressar, vitorioso, para pôr fim ao domínio de satanás e seu jugo (a morte) sobre a humanidade, ao final do derramar de Sua ira, vertida sobre os filhos da impiedade, qual não será a surpresa de satanás ao ‘rever’ JESUS ressurreto só que, desta vez, acompanhado por uma ‘multidão de número incontável, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas’ (Revelação 7.8)?!?!!! Qual não será sua surpresa ao ver todos aqueles que, sadicamente, ele matou por causa do Nome de YEHOSHUA HaMASHIACH, voltarem com o REI, vitoriosos, triunfantes, porque a morte não os pôde segurar, ela foi tragada pela vitória de JESUS! Onde está a espora da morte, que é o pecado? (1 Coríntios 15.55,56) O pecado não tem mais domínio sobre aqueles que estão em CRISTO JESUS! E é essa a mensagem de 1 Coríntios 15, que difere do texto de 1 Tessalonicenses 4.

***    A palavra yovel’, no hebraico, também significa ‘jubileu’, referindo-se ao 50º ano, quando aqueles dentre os filhos de Israel que se faziam escravos para pagar dívidas ou que haviam vendido suas possessões, eram libertos e retornavam às suas possessões (Levítico 25.13-54; 27.17-25; Números 36.3,4).

YEHOSHUA veio para proclamar o nosso jubileu: “RUACH ADONAI YHVH (O Espírito do SENHOR YAHVEH) é sobre Mim, Pois que Me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-Me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do SENHOR (Lucas 4.18,19; Isaías 61.1-9)]. ELE é o nosso jubileu!

Desde Adam até os nossos dias, são quase 120 jubileus. Esse número representa o fim da contenda entre DEUS e o homem, representa o fim do governo da carne, para estabelecer o reino de vida do Espírito: “Então disse o SENHOR: Não contenderá o Meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gênesis 6.3).

Portanto, o cumprimento pleno do Jubileu acontecerá com o regresso do Mashiach, quando a Terra será redimida e entrará em seu descanso pleno da maldição trazida pelo pecado de Adam. A restauração completa da herança perdida do homem; a plena liberdade, para aqueles que pertencem ao SENHOR, do pecado que tenazmente os assedia, das doenças, da morte, da maldição – são aguardadas no jubileu.

A tradução para última trombeta de 1 Coríntios 15.52, na verdade, não se refere à trombeta tocada em Iom Teruah (última trombeta ou tekiah gdolah, que aponta para o arrebatamento dos crentes no MESSIAS JESUS e na ressurreição daqueles que morreram nELE), mas aponta, portanto, para a última (acharonot)  trombeta (teruah) de jubileu (yovel), trombeta de gozo e alegria pela restauração de todas as coisas, como originalmente foi projetado pelo PAI. Quando oramos para ‘que Seu reino venha e Sua vontade seja perfeitamente estabelecida na Terra como ela é no céu’, estamos orando pelo jubileu de nossa história!

O inimigo de nossas almas será aprisionado por 1000 anos, até que seja lançado no lago de fogo, no final das eras, para a plena liberdade e descanso dos filhos da Luz. Enfim, o SENHOR estará no meio do Seu povo, vivendo com ELE (Revelação 21.1-4). Ano do Jubileu e Dia da Expiação apontam para o cumprimento cabal do plano de redenção do SENHOR para a humanidade.


O Regresso do Messias e Iom Kipur

Como vimos anteriormente, YEHOSHUA, em Sua primeira vinda, foi o cumprimento cabal de Iom Kipur, no referente a oferecer um sacrifício suficiente, que tirasse o pecado do mundo de uma vez por todas, e não simplesmente cobrisse o pecado (atitude provisória). ELE recebeu toda a ira do Eterno DEUS e O satisfez completamente (em todos os aspectos de Seu caráter, que foi ‘ofendido’, ‘agredido’ quanto o homem pecou), ao ponto de não haver mais condenação para os que estão em CRISTO JESUS (Isaías 53.10-12; Romanos 8.1-4; Filipenses 2.8-11). Por Sua obediência incondicional, obediência até a morte e morte de cruz (necessária para matá-la e ao pecado da humanidade), foi feito a justiça de DEUS para justificar aqueles que nELE crerem (Romanos 3.21-16).

ELE não só foi a oferta plena e perfeita, Cordeiro sacrificial, mas o Sumo Sacerdote que entrou no Santo dos santos celestial para aspergir  Seu próprio sangue na Arca da Aliança. E o PAI recebeu o sacrifício e O aprovou (‘TU és Meu Filho Amado. EU hoje Te gerei’ – gerou o Primogênito de uma nova raça, o Novo Homem, para servir e amar a DEUS em espírito e em verdade – Hebreus 1.5,6).

E essa Arca, a celestial, sobre a qual Seu sangue repousa, nos fins dos tempos será revelada (“E abriu-se no céu o templo de DEUS, e a Arca da Sua Aliança foi vista no Seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva” – Revelação 11.19), porque a Arca feita por Moshe não foi encontrada, depois da destruição do 1º templo pelos babilônios. Mesmo depois da reconstrução do templo e durante o templo de Herodes, havia uma pedra no Santo dos santos, cujo nome era ‘a pedra fundamental’. Quando o véu do santuário foi rasgado de alto abaixo, no momento em que JESUS entregou Seu Espírito, expôs a ‘pedra fundamental’, porque a Arca onde JESUS aspergiu Seu sangue foi na celestial! ELE é a Pedra fundamental que os edificadores rejeitaram, mas que Se tornou a Principal Pedra de esquina! Com isso, ELE inaugurou a Nova Aliança e uma nova linhagem sacerdotal, segundo a ordem de Malki Tsedeq, ordem real e justa (os significados do nome), em que o princípio vida por vida já havia sido pago de uma vez por todas, por todas as gerações.

Da mesma forma que as vestes dos sumos sacerdotes, ao aspergirem o sangue sobre o assento de misericórdia, ficavam gotejadas de sangue, assim as vestes de JESUS, ao oferecer Seu sangue ali. Quando regressar, novamente elas ficarão salpicadas de sangue, agora com o sangue dos iníquos, porque o lagar da ira de DEUS será pisado por ELE: “Quem é Este, que vem de Edom, de Bozra, com vestes tintas; Este que é glorioso em sua vestidura, que marcha com a Sua grande força? EU, que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelha a Tua vestidura, e as Tuas roupas como as daquele que pisa no lagar? EU sozinho pisei no lagar, e dos povos ninguém houve coMigo; e os pisei na Minha ira, e os esmaguei no Meu furor; e o seu sangue salpicou as Minhas vestes, e manchei toda a Minha vestidura” (Isaías 63.1-3).

A descrição de Isaías 63 e de Isaías 52.15 (“Assim borrifará muitas nações, e os reis fecharão as suas bocas por causa dELE; porque aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que eles não ouviram entenderão), apontam para o evento de Seu regresso, em Iom Kipur. ELE veio como Profeta, vive como Sumo Sacerdote e retornará como REI, quando o shofar hagadol soar!

Cumprimento futuro

A última trombeta (de Iom Teruah) anuncia o ajuntamento da noiva do Cordeiro nos ares (arrebatamento e ressurreição dos mortos) e o grande dia da ira do SENHOR contra satanás e a impiedade do mundo, pondo fim à rebelião do homem (Revelação 6.17). Pré-anuncia a vinda iminente do MESSIAS, porque somente ELE será exaltado naquele dia (Isaías 2.17), quando o shofar hagadol soar (em Iom Kipur) e os resgatados do SENHOR, todos reunidos, voltarem com ELE para Seu reino milenar sobre todas as nações sobreviventes.

Iom HaKipurim terá seu cumprimento máximo para o povo de Israel em Zacarias 12.10-14, para que todo o Israel seja salvo (Romanos 11.26). A teshuvah (arrependimento) nacional de Israel é pré-requisito para o regresso do MESSIAS, mas também o propósito principal do ‘dia do SENHOR’ e do tempo de angústia para Yaacov.

O SENHOR retornará para Seu povo quando este estiver preparado para ELE, quando estiver sedento por Sua Presença, quando começar a clamar:

Baruch Haba b’SHEM YHVH’.

Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto... porque hoje é o dia da salvação” (Isaías 55.6; 2 Coríntios 6.2)

Um dos eventos que precederia a 70ª semana de Daniel, no intervalo de tempo entre a 69ª e a 70ª, quando os goiym destruiriam o templo e Jerusalém (ocorrido em 70 dC) e nela pisariam até que seu tempo se cumprisse (Lucas 24.21), foi apontado por Oséias: “E ele (Oséias) lhe (à prostituta que tomou, segundo a ordem do SENHOR) disse: Tu ficarás comigo muitos dias; não te prostituirás, nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti. Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafim. Depois tornarão os filhos de Israel, e buscarão ao SENHOR seu DEUS, e a David, seu rei; e temerão ao SENHOR, e à Sua bondade, no fim dos dias” (Oséias 3.3-5).

Vivemos esses dias em que não há éfode (templo e sacrifício), não há rei (esperam pelo Messias para governar sobre eles). Nesse tempo, o SENHOR disse que voltaria ao Seu lugar, ao PAI, até que se reconhecessem culpados: “Irei e voltarei ao Meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a Minha face; estando eles angustiados, de madrugada Me buscarão” (Oséias 5.15).

Foi o mesmo que disse Pedro, após seu batismo no Espírito Santo, interpretando as Escrituras ao povo que o ouvia: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do SENHOR, e envie ELE a JESUS CRISTO, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até os tempos da restauração de tudo, dos quais DEUS falou pela boca de todos os Seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moshe disse aos pais: O SENHOR vosso DEUS levantará de entre vossos irmãos Um Profeta semelhante a mim; a ELE ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar Esse Profeta será exterminada dentre o povo” (Atos 3.19-23)

Ainda há de governar o assolador de nossos irmãos (na 70ª semana), o anticristo (ou armilus, para teólogos judeus) que, após uma aliança com muitos (Daniel 9.27), a quebrará na metade da semana (depois de três anos e meio), contaminando o santuário reedificado e interrompendo o sacrifício contínuo (Daniel 9.27; Mateus 24.15; 2 Tessalonicenses 2.4). Passará a perseguir o povo judeu e o Corpo do MESSIAS, fazendo com que estes fujam para ‘cidades ou zonas de refúgio’, entre elas o deserto (“E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por DEUS, para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias” - Revelação 12.6 + Daniel 12.1 lembrando que a mulher de Revelação 6 é figura de Israel e figura do Corpo do MASHIACH).

A Grande Tribulação é um período distinto da ira de DEUS, no dia do SENHOR. Sua ira está destinada a satanás e seus seguidores, o que significa que o arrebatamento acontecerá antes que venha o grande e terrível dia do SENHOR. Os santos serão vindimados antes que os ímpios sejam lançados no lagar da ira de YHVH (Revelação 14.14-20), pois 1 Tessalonicenses 4.13-5.10 mostra que  o dia do SENHOR será depois do arrebatamento, uma vez que Seus santos não foram destinados à ira, mas à salvação. O dia do SENHOR é um período de tempo, profeticamente vivido nos dez dias de arrependimento entre Iom Teruah (com o último shofar ou Tekiah Gdolah) e Iom Kipur (com o grande shofar ou Shofar HaGadol).

Joel 2.15,16 – “Tocai a shofar (trombeta de Iom Teruah ou última trombeta) em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene (jejum associado a Iom Kipur). Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento” – esse texto aponta para o período de dores de Yaacov (chevlai shel Mashiach), entre Iom Teruah e Iom Kipur (por causa dos dez dias de angústia, pavor e arrependimento, iamim noaraim ou aseret iemei teshuvah).

O capítulo segue (v.17) – “Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar (local onde ministravam normalmente e, em Iom Kipur, era onde o sumo sacerdote começava sua confissão de pecados por ele e pelo sacerdócio, transferindo-os ao novilho por imposição de mãos e que seria queimado como oferta pelo pecado) e digam: Poupa (chussah) Teu povo, ó SENHOR, e não entregues a Tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; porque diriam entre os povos: Onde está o seu DEUS?

A palavra hebraica traduzida como ‘poupa’, é ‘chussah’, que significa: apiedar-se, ter misericórdia; estar incomodado, preocupar-se com determinado assunto; olhar com compaixão, com misericórdia; ter misericórdia de; deixar viver; ceder; poupar. O clamor do sumo sacerdote e dos ministros, durante Iom Kipur, nesse texto é tão intenso que está pedindo ao SENHOR que tenha misericórdia, olhe com olhar preocupado e incomodado, deixe Israel viver, que a poupe. Mas, do que?

Zacarias 12 e 14.1-9 têm a resposta, quando vemos YEHOSHUA retornando a Jerusalém, sitiada pelos exércitos das nações. Seus pés estarão sobre o Monte das Oliveiras (de onde partiu) com Seus santos, para defender e livrar Sua cidade e Seu povo. Ali não haverá mais noite e o SENHOR será Rei sobre toda a Terra. Os portões do céu se fecharão, com o encerramento (neilah) de Iom Kipur. Ali, não será mais possível decidir receber a YEHOSHUA como SENHOR e Salvador!


Quando o SENHOR regressar com Sua noiva (transformada à Sua semelhança e imagem) para estabelecer o Reino de DEUS na Terra (‘os reinos deste mundo se tornaram do nosso SENHOR e do Seu CRISTO e ELE reinará para sempre’ – Revelação 11.15), as casas de Yehudah e Israel serão julgadas no julgamento das ovelhas gordas e magras de Ezequiel 34, para transformar-se em uma única nação, governada pelo Único Pastor e SENHOR. Depois disso, os povos remanescentes serão julgados pelo MESSIAS no julgamento de ovelhas e bodes de Mateus 25. Então, o MASHIACH celebrará Sukot com todo Seu povo!

E o Seu trono de justiça, enfim, será estabelecido, em Jerusalém:

E da que coxeava farei um remanescente, e da que tinha sido arrojada para longe, uma nação poderosa; e o SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre. E a ti, ó torre do rebanho, fortaleza da filha de Sião, a ti virá; sim, a ti virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém” (Miquéias 4.7,8)

Então, todo o Israel será salvo (Romanos 11.26) é o cumprimento profético pleno de Iom HaKipurim para a Casa de Israel, quando ela estiver ‘face a face’, em teshuvah, diante de Seu Messias, ao fim da 70ª semana de Daniel. Em cada Iom HaKipurim, nos aproximamos mais e mais daquele dia pleno. Clamemos para que o dia chegue em nossa geração. Então, veremos, como eles, o MESSIAS, face a face (não mais como por espelho)!

Estamos, agora, na estação entre o primeiro e o último shofar. Estamos compromissados com nosso Noivo, aguardando Seu regresso da casa do PAI, no céu. Quando o PAI perceber que a noiva está preparada e que o tempo é chegado, então com o toque do shofar (o úlitmo), dará permissão a Seu Filho de vir ao encontro de Sua noiva nos ares; afinal, o próprio Noivo nos disse: “daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o PAI. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo... E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem” (Marcos 13.32,33; Mateus 24.37). Preparemo-nos para este dia com temor e tremor, ardendo por Sua santidade forjada em nós, ardendo de desejos pelo Amado!

Baruch Haba b’SHEM ADONAI

Boah-na ADON YEHOSHUA


Que você e toda sua casa estejam inscritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto, mas que vive e reina para sempre. Iom Kipur Sameach,

com amor e gratidão no Mashiach de Israel, nosso SENHOR que nos possibilita tudo isso e muito mais,


marciah malkah